quinta-feira, 10 de junho de 2010

ÁS CRIANÇAS DO MUNDO!













EU SEI!










Que um dia fui criança
Mas não me lembro de nada
Ou quase nada?!
Uma infância parada
Tive de tudo…!
O tudo, foi mais que nada
Não fui criança bafejada
Sei apenas que fui criança.
Minha infância, passou a correr
Passou por mim sem a ver
Sem abraços e carinhos receber.
Não dá para entender?!
Mas lembro-me de ser menino.
Eu sei
Tive e tenho uma vida...
Para viver?!
Os anos já percorridos
Uns alegres, outros sofridos
Sem amor e sem carinhos.
Sou uma flor com espinhos!
Passo pela vida a correr
Cresci e despertei para a vida.
Corri para estudar?!
Corro para trabalhar?!
Sem lamentos e sem ais...
Cresci sem ter natais.
Que vida simples e sofrida.
Hoje adulto, mas ainda criança
Da infância poucas lembranças
Nem dos beijos ou dos abraços?!
Eu sei
Que um dia fui criança?!






















terça-feira, 8 de junho de 2010

VAGUEIO !

































Vejo a noite a chegar
Estou aqui sem ninguém
Meu coração quer amar
Amar, mas não tem a quem!

Olho as paredes da casa
Falo com a solidão!
Ela não fala e me arrasa
Aperta-se-me o coração

Por não ter a quem amar
O meu pobre coração
Não pára de imaginar
Mas só vê, solidão!

Cartas de amor, rasguei
Por já as não poder ler
Amores que um dia amei
Que me fizeram e fiz sofrer!

A noite, é sempre sombria
Faz-me acelerar o coração
Alma pura, mas vadia!
Que vagueia na solidão

Vagueio…!
Por temas que já escrevi
Meu coração é leviano!
Sem amar, ele é assim
Leio os temas, só para mim
Invento a garota que nunca vi
È assim, meu coração cigano!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

SEREIA!









Domingo à tarde
Passeava pela praia
Quando de repente,
Sustive a respiração.
Deitada ao sol,
Simplesmente linda
Pele reluzente
Cabelos soltos.
Do mar, soprava uma brisa.
Desfraldava os seus cabelos
Como se fossem as velas
De um navio, de conto de fadas!
Segui o meu caminho
Com o pensamento nela,
De repente estremeci,
Interrompi a minha marcha
De regresso, num passo apressado
Decidido a falar com ela
Dei comigo, no local onde estava.
Ali fiquei, parado no tempo
A ler as palavras que encontrei.
Obrigado Amigo!
Por me visitares
E de leres palavras
De areia
Não esperes por mim
Para me amares
Eu parti...
Para o meu mundo
Beijos e abraços
Da tua amiga
SEREIA!

A LUA!





Olho o céu
Vejo as estrelas
Nelas vejo o teu olhar
Na lua
Parece-me ver o teu rosto
Em baixo aprecio o mar
E no desfraldar das ondas
Imagino os teus cabelos
Na espuma, junto à praia
Parece-me ver uma sombra
Pensei ser uma flor
Mas pelo encanto
Só podias ser tu!
Meu olhar
Cruzou-se com o teu
Minhas mãos
Pegam nas tuas
Meus lábios sonham…
Com os teus!
Uma voz me despertou
E disse-me para amar
Olhei a lua
E pedi-lhe que me amasse!!!

O ZÉQUINHA !















I
Todos os dias pela manhã, o Zéquinha bebia um copo de leite que a mãe lhe deixava em cima da mesa, antes de sair para o trabalho o de empregada doméstica, esse leite era dado por uma velha cabra que a família possuía, que lhes foi oferecida por um vizinho por esta se encontrar doente e quase a morrer. A mãe do Zéquinha levou-a para casa e depois de a tratar a velha cabra recuperou e em agradecimento todos os dias oferecia à família o leite que o Zéquinha bebia sempre com grande satisfação.Depois de beber o leite, dirigia-se para a escola, caminhando sozinho cerca de uma hora por matas e caminhos agrestes, percurso que fazia sempre com alegria, chegava a falar como se estivesse com ele mais alguém para além da própria natureza.
Depois de percorrer o caminho, chegava finalmente à escola. Ai tudo mudava, ou seja, à entrada da escola toda a alegria do Zéquinha se convertia em tristeza.Todos os outros meninos da escola, eram filhos de gente da classe média, o Zéquinha era filho da pobreza, não tinha roupas de marca, não tinha lanche recheado, os livros e a mochila, eram dádivas que a mãe recebia das senhoras onde trabalhava, por isso o Zéquinha era dado ao abandono pelos filhos da classe média.
Ao entrar na sala de aulas o Zéquinha pensava na mãe que se esforçava a trabalhar para ganhar o pão de cada dia e na velha cabra que graças a ela podia beber o leite que tanto gostava e precisava para se alimentar, mas também pensava em si mesmo, não tinha o que os seus colegas podiam ter porque para tudo aquilo era necessário dinheiro e a pobre mãe não o tinha por essa razão não lhe podia dar tais privilégios, contudo sabia que estava ali para aprender, por isso, tinha que estar atento ás aulas e esforçar-se por aprender, a inteligência não se compra, já nasce ou não com cada um de nós, quer sejam filhos da classe média ou filhos da pobreza, só pensava em aprender e um dia poder ajudar a mãe e até quem sabe poder dar uma reforma condigna à sua velha cabra.
Um dia ao sair da escola um dos colegas foi atropelado por uma viatura a qual o condutor conseguiu parar uns metros mais à frente, saiu de lá um senhor bem vestido e com ar de arrogante, dirigiu-se ao seu colega e ao vê-lo ali estatelado no chão a sangrar das pernas ainda lhe passou um raspanete e disse-lhe, isso não è nada, são só uns arranhões e virou costas, mas antes de partir ainda lhe disse, tens que ter mais cuidado rapaz ias-me dando cabo da viatura, se isso acontecesse não sei como é que o teu pai iria pagar o arranjo? Entrou na viatura e arrancou, deixando ali o seu colega como se fosse um animal, mas não de estimação porque como sabemos esses são melhor tratados que muitos seres humanos por esse mundo fora...
O tal condutor arrogante era o patrão do pai do seu colega, o tal que fazia com que o seu colega fosse filho da classe média, mas para que isso acontecesse, o pai era expremido até ao tutano chegando a trabalhar doze e até quatorze horas por dia, mostrando sempre um ar sorridente mas sem brilho nos olhos.
O Zéquinha tirou a camisa e dela fez umas ligaduras para ajudar a estancar o sangue. Ajudou-o a chegar até casa, a mãe do colega ao ver o filho com as pernas ensanguentadas perguntou-lhe o que tinha acontecido, mas antes que este respondesse, perguntou? Quem è aquele rapaz mal vestido que teve o atrevimento de entrar e calcar a relva do jardim? Apontando para o portão disse para o rapaz, vai, vai que agora não tenho tempo nem disposição para procurar qualquer coisa para te dar. Aqui está um exemplo da ingratidão da sociedade em que vivemos! A senhora preocupada apenas em olhar para o seu umbigo, não se preocupou em saber o que aconteceu! Ficou sim, muito preocupada por se encontrar dentro do seu jardim um filho da pobreza. O Zéquinha, filho da pobreza, fez o que qualquer colega deve fazer, sem se preocupar com a sua única camisa tirou-a para acudir ao colega, mas a mãe deste ficou muito preocupada e até transtornada por se encontrar tão próximo dela e do filho a pobreza em pessoa. A diferença entre uns e outros, é que a pobreza nada tem a perder porque o que tem e não tem é tudo mais que nada, os outros tão absorvidos com a sua avareza, nem se dão conta que também eles são pobres, pobres de espírito e por isso sempre com receio que lhes seja tirado o que eles salvo muito raras excepções, estão sempre prontos a tirar aos mais pobres dos pobres, a camisa e por vezes a pele.

II

Um dia, o Zéquinha regressava a casa depois de sair da escola, seguia atravessando sempre as matas e os caminhos agrestes, os quais conhecia tão bem que se apercebia com facilidade de qualquer alteração que pudesse ocorrer por muito pequena que fosse. Como sempre seguia a cantarolar ou a dialogar consigo mesmo embora no seu subconsciente o fizesse com a natureza só que esta não lhe respondia. Algo de anormal lhe chamou a atenção, ouviu um barulho e até se assustou mas com cuidado aproximou-se do local de onde pensou vir o barulho, foi então que reparou num cão com aspecto de velhote, pobre animal disse-lhe o Zéquinha, ao vê-lo tão esquelético e a sangrar de uma das patas, perguntou-lhe o que te aconteceu? O cão, limitou-se a olhar para ele e começa ganir.
Depois de umas carícias, não foi preciso chama-lo, a muito custo lá se pôs de pé e seguiu o Zéquinha até casa. Quando a mãe viu o pobre animal, perguntou-lhe, de quem era o cão? Prontamente respondeu é nosso e vai dai relata como tinha encontrado o animal ou seja o malhadinhas nome pelo qual foi baptizado pelo seu novo amigo, por ter várias cores ao longo do corpo. A mãe começou por lhe ralhar, mas de seguida disse, não te ralho por teres trazido o pobre animal, assim pode ter uma família ou uma nova família, mas como sabes o animal precisa de comer! È verdade, tem razão, mas não ficava bem comigo se o deixasse lá, depois de ver o seu estado, está bem respondeu-lhe a mãe, para já é necessário dar-lhe um bom banho e tratar-lhe da pata ferida, mas fico preocupada, não pelo animal mas por ser uma boca mais para alimentar. Cá em casa a única coisa que há com fartura é pobreza e imaginação, não temos nada ou o que temos é pouco mais que nada, mas tudo se há-de arranjar, terá que se habituar aos hábitos da casa, quando há come, quando não há o melhor é dormir para não pensar no comer, que isso ainda lhe faz mais fome. Apercebendo-se da situação, a velha cabra que quase sempre estava em silêncio pôs-se a berrar como que a querer dizer que ia ter em conta a nova situação e arranjava um pouco mais de leite para o novo membro da família.
Passados alguns dias, recomposto fisicamente e animicamente, o malhadinhas já não parecia o mesmo. Assim que se achou em forma todos os dias pela manhã ali estava ele à espera do seu amigo, seguia-o até à escola e à tarde lá estava ele sentado à espera para regressarem a casa.
Assim que chegavam a casa, a primeira coisa que o malhadinhas fazia era ir procurar a sua companheira e amiga, depois de uma boa corrida como que numa disputa para ver quem chegava primeiro a um sitio que só eles sabiam onde terminava, deitavam-se lado a lado e assim se repetia todos os dias.

III

O tempo passou, o Zéquinha cresceu, a mãe conseguiu emprego numa fábrica das que se instalou na região, com o desenvolvimento algumas matas desapareceram e uns quantos caminhos agrestes foram transformados em estradas.
A velha cabra, agora mais velha, continua a fazer parte da família, já não pelo leite, mas por agradecimento. Em tempos que já passaram o único alimento que muitos dias deu entrada naquela casa, foi o seu leite.
Com o desenvolvimento da região o meio ambiente sofreu algumas alterações. E assim, alguns animais, filhos da natureza viram-se obrigados a procurar comida fora do seu habitat.
Um dia, já ao fim da tarde depois das correrias do costume, estavam os amigos deitados lado a lado, quando de repente e sem saberem de onde surgiram dois lobos.A velha cabra e o malhadinhas, num abrir e fechar de olhos meteram-se de pé, os lobos começaram avançar na direcção dos dois amigos e com o seu instinto de exímios caçadores avançaram com o olhar fixo cabra. Apercebendo-se da situação difícil da sua amiga o malhadinhas começou a ladrar e até a uivar e num passo lento mas seguro começou avançar em direcção aos lobos, a poucos metros de distância dos lobos parou, os lobos esses ficaram na expectativa para ver o que o velho malhadinhas era capaz de fazer. Olhou para traz para a sua amiga e uivou como que a despedir-se e a dizer-lhe, quando o combate começar foge, esta, num grito de desespero começou a berrar e reunindo todas as forças que conseguiu fugiu para dentro de casa, enquanto o malhadinhas também ele reunindo todas as forças fez frente aos dois intrusos, os lobos. Os lobos furiosos por terem perdido a sua principal presa, olharam um para o outro, como que a dizerem, isto é até à morte e foi o que aconteceu. Depois de alguns minutos de feroz combate, o malhadinhas não resistiu, jazia estatelado no chão, os lobos entreolharam-se e deram uma última olhada no derrotado e uivaram, talvez para dizerem morreu com dignidade. Os lobos, se com fome chegaram com fome partiram, o que não é normal, afinal tinham morto uma presa com a qual se podiam saciar. È sabido que os lobos, são animais ferozes, astutos e inteligentes, talvez por isso tenham cumprido com um dos seus instintos, matar, mas viram que aquele que lhes fez frente, mesmo sabendo da sua inferioridade o fez com bravura para salvar a sua velha amiga.Os lobos esses nunca mais se viram por ali, quanto à velha cabra, passa os dias a visitar o local onde foi enterrado o seu amigo. A amizade é isto, mesmo depois de desaparecermos, continuamos a ser lembrados pelos verdadeiros amigos.

IV


O Zéquinha com bons resultados escolares no secundário entrou para a faculdade. È óbvio que inicialmente teve alguma dificuldade na adaptação e não só, afinal se havia alguma coisa que o Zéquinha continuava a ter era pobreza, ou seja, agora menos, com a mãe a trabalhar na fábrica já entrava em casa um salário, digo bem um salário, porque o Zéquinha era filho de mãe solteira, o pai com quem a mãe namorava foi mobilizado para a guerra colonial e lá encontrou a morte, à quem diga, para salvar a pátria, iam sim para uma guerra fratricida apenas e só para salvar a face e os interesses da ditadura e não só! A sua companhia foi uma das últimas a ir para o ultramar, pouco tempo depois da sua morte, deu-se o 25 de Abril. Era com muito sacrifício e muita ginástica financeira que a mãe do Zéquinha conseguia suportar as despesas, mas com o passar do tempo tudo começava a melhorar. Dado ao seu passado de filho da pobreza, fez dele um conhecedor da realidade, isto é, sabia muito bem distinguir, os filhos da classe alta, média e os da classe mais baixa à qual ele agora pertencia. Na faculdade onde estudava, não era preciso fazer qualquer estudo para ver quem eram uns e outros, bastava estar atento, aos bons carros, ao modo como se vestiam, roupa de qualidade e muito consumismo que cada classe estudantil fazia. Um dia, dois colegas da faculdade meteram conversa com ele, sabe-se lá porquê?
Inicialmente o Zéquinha não lhes deu grande saída até porque os conhecia e sabia que eram de estirpes diferentes da dele, mas por educação e porque os outros insistiram em meter conversa, começaram então cada um deles a dizer das sua razões e até das suas mágoas. Mágoas que para aqueles dois não existiam, afinal tinham tudo e de tudo, a única coisa que lhes interessava era dizer mal de tudo. Apercebendo-se que não passavam de dois contestatários sem razão alguma para o serem, um deles era um bota de elástico que não dizia coisa com coisa, o outro um pouco mais sabido, mas o que de facto sabia bem, era usufruir e gastar os proventos da família e por isso amigos não lhe faltavam. De vez em quando, lá se encontravam os três para meterem a conversa em dia e muitas vezes para esgrimir cada um as suas ideias, o grupo foi aumentando. Passado algum tempo num dos plenários, um dos seus amigos perguntou-lhe o que achava da diferença de classes, levantou-se e disse-lhe é simples. O dinheiro que tu gastas numa semana, não ganha a minha mãe a trabalhar durante um mês, o que eu gasto num ano lectivo gastas tu numa ou duas parodias, mas não te critico por isso, nem de ti tenho inveja, tenho é pena que tu de quando em vez não olhes para o lado, para veres com os teus próprios olhos o que é a diferença de classes! Dito isto sentou-se, toda a sala se interrogou e passados alguns segundos de reflexão quase todos os que se encontravam na sala aplaudiram as palavras do orador. Palavras ditas com sentimento, já quanto aos aplausos que se seguiram, penso que muitos aplaudiram sem saberem o quanto aquelas palavras os podiam atingir ou às suas estimadas famílias de classes privilegiadas. Na vida, não existe nada eterno, temos sim que estar preparados para as surpresas... Sabemos que depois da vida existe a morte, essa é uma certeza, mas até mesmo ela, é muitas vezes uma surpresa.
V



Todos quantos se encontravam naquele plenário, puderam ver que o Zéquinha era um bom orador e sabia usar as palavras, por isso indicaram-no para fazer parte de uma das listas candidatas ás eleições para a Associação. Não ganharam, talvez por ele não ter sido o cabeça de lista, alguns arriscaram em dizer se o fosse, teria ganho. Durante a vigência desse mandato, tornou-se um elemento atento e activo e muitas vezes lembrando ao seu colega presidente da Associação de promessas feitas e que não estavam a ser cumpridas. Cumprido foi o período que ele lá esteve porque das promessas feitas, pouco ou nada foi concretizado, os que tinham necessidade da acção social da Associação ficaram com as promessas e de promessas e de boas intenções, estão todos e principalmente os mais carenciados fartos. Terminado o mandato, fazem-se novas listas e numa delas, candidata-se o Zéquinha como cabeça de lista, escusado será dizer que ganhou e com uma vantagem substancial.
Cumpriu todos os desígnios ou quase todos a que se propôs e durante três mandatos seguidos foi eleito para presidente da Associação, para além de ser um presidente activo na defesa dos direitos dos alunos, também ele aos poucos foi entrando na politica, o facto de saber distinguir e fazer parte da diferença de classes só por si já era politica.
De líder da faculdade a entrar para uma juventude partidária, foi um salto. Deu inicio à sua actividade politica um pouco mais a sério e lá foi andando pelos corredores, onde de vez em quando se cruzava com este ou com aquele politico, trocando algumas palavras ou simplesmente uma saudação. Nestas coisas da politica o importante é ver e ser visto, sem nunca perder a noção que era importante acabar o seu curso superior. O tempo passou e com algumas intervenções politicas pelo meio o Zéquinha acabou o seu curso. O facto de andar pelos corredores da política ver e ser visto, valeu-lhe o convite para fazer o seu estágio, numa conhecida sociedade de advogados da capital da qual faz parte um proeminente político. No decorrer do tempo, o Dr. Zéquinha, para além da teoria que aprendeu no curso, assimilou também todas as artimanhas que a justiça tem, sem com isso deixar de estar atento à politica agora mais a sério e sem nunca perder a noção que é preciso ver e ser visto. Na política nem sempre é necessário ser-se bom profissional, o importante é agradar e fazer-se parte de uma das correntes existentes dentro dum partido.
O Senhor Dr. Zéquinha, chegou a deputado e dai a secretário de estado, passando por vários ministérios. Aquele que tantos admiraram por ser um bom orador e por saber usar as palavras, esqueceu-se por completo dos discursos por ele antes proferidos e defendidos ao ponto de quando secretário de estado do trabalho, esqueceu-se que a sua mãe, aquela que sempre lutou pelo seu bem estar e para ele ser alguém também fazia parte da classe trabalhadora, aquela que o Senhor Dr. Secretário de Estado agora tenta menosprezar, relembrando-se dela quando de umas próximas eleições. Como secretário de estado da agricultura e com os subsídios da UE, diz aos homens de pastoreio que é necessário abater todos os velhos animais e introduzir animais novos e de raça, também aqui se esqueceu que foi uma velha cabra que lhe deu o único sustento que muitas vezes entrou em sua casa, já para não falar no esquecimento em que deve ter caído o malhadinhas, na sua tão curta memória.
È triste, quando alguém se esquece quem foi e de onde veio. Podem passar a vestir roupas de marca, mudar de estatuto social, mas esquecer as suas raízes, é defraudar todos aqueles que acreditaram nas suas palavras. Mas a politica é isso mesmo, uma verdade tem o valor que tem, é igual a si mesma, simplesmente verdade, a mentira pode transformar-se uma grande verdade, para isso é necessário que o orador lhe saiba dar a ênfase e assim fazer com que se acredite na mentira, isso não foi difícil ao Senhor Dr. Zéquinha, com os seus dotes de bom orador até chegou a ministro.


O Zéquinha e tantos outros zéquinhas, assim que mudam de estatuto social ou entram para a política são como o camaleão, mudam de cor ou discurso, consoante se trate de adversário ou presa. Adversários são todos aqueles , que por alguma circunstância lhes fazem frente ou lhes mostram a realidade, a qual normalmente os políticos teimam em não ver, de modo a seguirem os seus desígnios partidários ou a salvaguardar um qualquer grupo económico. Presas somos todos aqueles que estupidamente acreditamos neles e em tempos de eleições, caímos nas suas artimanhas e uma vez mais lhes concedemos o beneficio da dúvida, ou seja o voto e com o nosso voto a garantia de,

um bom salário, boas regalias sociais, enquanto aqueles que os elegeram, têm salários de miséria e condições sociais de merda.