sábado, 20 de novembro de 2010

VIAGENS NO METROPOLITANO !







Passados alguns anos

Ainda me lembro como se fosse hoje

O metro apinhado de gente

E à hora do costume

Lá vinha ela sempre de pé

Uma senhora linda trintona

Eu, um adolescente de 18 anos

Que entrava na estação do Rossio

Seguiamos até ao Saldanha

Viagem longa para alguns

Para mim sempre curta

Para ela, nunca o cheguei a saber

Deslizando entre as pessoas

Aproximava-me dela e ela

Ali ficava, sentia até que se aconchegava

De encontro a mim e o metro seguia

Os solavancos da carruagem

E os empurrões das pessoas

Eram momentos deliciosos

Momentos em que podíamos sentir

O calor dos nossos corpos

Ela deixava-se estar

Eu, vivia os prazeres da manha

Com o seu cheiro corporal

O jeito meigo como me olhava

Era uma viagem extasiante

Trocavamos palavras de silêncio

E em silêncio nos mantivemos sempre

Um dia por mera casualidade

Encontrei-a fora da nossa carruagem

A passear num dos jardins da cidade

Com ela um cavalheiro paraplégico

Rondando a sua idade, um pouco acabado

A minha mente desmoronou-se

Naquele momento senti que a compreendia

Ainda hoje tenho pena

Por não termos trocado palavras reais

Imagino ainda a sua nudez, vestida

Porque nunca mais a voltei a ver.

MENINOS !


Quero falar dos meninos de hoje,
Que me desculpem os de ontem
Dos quais eu também fiz parte.
Depois de tantos anos,
Quantos de nós acreditamos
Que para os meninos de hoje,
Estavam reservados dias diferentes.
Em vez disso, sinto tristeza!
Ao ver, ao ler, ao ouvir …
Que os meninos de hoje vivem tristes.
Tantos são os que ainda vivem
Sem o mínimo a que têm direito,
Apesar da alegria aparente
São meninos tristes.
Pela sociedade que lhes demos
Sem esperança no futuro!
Por favor meninos de ontem
Digam-me o que foi feito:
Da esperança, igualdade, prosperidade...
E até da verdadeira democracia?
Ou será que tudo não passou de um sonho,
Em que tantos de nós acreditamos!
Numa vida diferente para os meninos de hoje,
Em vez disso, não têm esperança no futuro
Porque os meninos de ontem...
Se esqueceram de cuidar do bem-estar
Dos meninos de hoje?!
A vida, o futuro e a sociedade tem destas coisas...
UTOPIA!

SEDUÇÃO !










Olhas para mim,
E consegues ler nos meus olhos,
Que és a minha sedução.
Sabes que me despertas prazer
Que por ti tenho desejos
A minha boca sedenta
Espera teus doces beijos

Tu sabes como me deixar louco
Sedento de amor por ti,
Do teu todo me dás um pouco
Tu sabes que fico louco
Quando sorris para mim

Sonho com teus prazeres
Deles eu tenho medo,
Medo de me conheceres
E por fim de mim fazeres
Um simples e mero brinquedo

Conheces os meus segredos,
Tu sabes tudo de mim,
Ansioso, espero a tua chegada.
Rendo-me ao teu prazer
Damo-nos de alma e coração
Teu corpo è o meu ser
Em ti vejo a minha sedução


segunda-feira, 8 de novembro de 2010









Ás vezes dou comigo a falar com a minha loucura!
E até lhe pergunto o que tem feito?
A verdade é que não tenho feito loucuras, mas já tenho saudades.
Sem loucura, tudo se torna em rotina, monotonia…
A vida tem destas coisas!
Um pouco de loucura nas palavras, torna-as mais sãs e muitas vezes muito mais refinadas!
È uma satisfação quando temos o privilégio de ler palavras loucas?!
Hoje já se não pode ser louco, proibiram a loucura, nas entrevistas para um emprego,
nos locais de trabalho e até na rua, se o fizermos chamam-nos os mais diversos nomes,
mas raramente loucos!
Nos tempos em que vivemos, já poucos querem ser loucos, felizes aqueles que ainda se
consideram assim. È neles que vemos momentos alegres e felizes?!
Óbviamente que falo de todos os que têm memória sã! Ao longo dos séculos a história, mostrou-nos que existiram e infelizmente ainda existem os loucos varridos, aos quais eu apelido de assassinos…
O mundo precisa de boas loucuras, para que se torne verdadeiramente mais saudável, mais humano.















UMA NOITE DE DANÇA!







Um sábado à noite
Já deitado pus-me a pensar,
Porque não vou dançar?
Levantei-me e fui até uma sala de dança.
Entrei e olhei em volta,
Ao fundo, no meio da penumbra
Estava uma senhora sentada.
Fixei os olhos nela,
Pude ver que estava só.
A música começou a tocar
Vários foram os que se aproximaram,
Para a convidar a dançar,
A todos disse que não.
Aproximei-me e também eu a convidei,
Antes que me desse qualquer resposta…
Perguntei-lhe, porque não dança?
Respondeu-me que não sabia!
Disse-lhe que a vida…
È feita de pouco e de nada!
Temos que saber aproveitar o pouco,
Que a vida nos oferece!
Levantou-se e dirigimo-nos
Para o meio da sala,
As luzes iluminaram o seu rosto,
Eu…eu fiquei trémulo e estupefacto,
Era simplesmente linda…
Não sabia dançar, mas o seu corpo voava,
Dançamos toda a noite e por fim…
Cada um para seu lado, despedimo-nos,
Perguntei se a voltava a ver,
Talvez quem sabe?
Voltei várias vezes à mesma sala,
Percorri algumas outras que conheço,
A todos perguntei por Ela
Ninguém a conhecia,
Nunca a tinham visto antes!
Hoje dou comigo a pensar…
Dancei com uma anjo,
Ou com um fantasma?

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A NET CAIU !








Que importância tinha o tempo
Estivesse sol ou chuva
De noite ou de dia
Ao abrir a minha janela
Lá estava ela!
O tempo passava sem darmos conta
Riamo-nos, dizíamos palavras banais
E outras com sentimento.
Depois de algum tempo de conversa,
Combinamos tomar um café
Marcamos hora e local
Um dia de repente, a conversa parou?!
Fiquei triste e passadas algumas horas
Verifiquei que ela estava furiosa!
Tentei justificar-me do sucedido
Mas ela não me deu atenção.
Depois de tudo que já tínhamos conversado
Como eu a compreendi!
Perdoei a sua reacção
Mas ela não quis saber
Não acreditou no que lhe disse
Apenas me viu como os demais.
Deste mundo maravilhoso e traiçoeiro
Com defeitos e com virtudes
Restam-me as recordações
Das palavras doces e amargas.
Por mim tudo acabou
Porque me acho diferente
Mas juro que fiquei sem rede
A Net caiu

VOLTEI..!















O autocarro chegou…
Apertei-a junto ao peito
Olhei-a nos olhos e beijei-a.
Entrei no autocarro
E vejo que nos afastamos,
Da janela consigo gritar
Espera-me que volto.
Sento-me no meu lugar
E começo a pensar,
Ainda agora a deixei
E já tenho saudades,
Prometi que lhe escrevia
Para que não me esquecesse.
O tempo pode parecer uma eternidade,
Mas eu vou tê-la sempre coração,
Os dias passam, as noites são longas,
A solidão quer, mas não toma conta de mim.
No pensamento tenho os melhores momentos,
Dias felizes que passamos cheios de amor.
Dizem que os homens, não devem chorar,
Não preciso de lho dizer, nem precisa de ver.
O livro que comecei a ler,
Não o acabei, nem sei se vou conseguir?!
Dentro dele tenho a sua foto,
As horas passam e as palavras que leio...
São as que tenho no coração,
As suas palavras de amor.
O tempo passa a correr,
Espera-me que vou voltar,
Juntos, vamos ler um livro novo?!
VOLTEI…