quinta-feira, 30 de maio de 2013

AGUARELA !



De manha quando me levanto
Abro a minha janela
Vejo o encanto e com espanto
Uma bonita aguarela.
Moramos frente a frente
Separa-nos a nossa rua
Olha-me sempre indiferente
Despe-se e vejo-a toda nua.
Ou sou eu que a vejo assim
De tanto a imaginar
Sei que não repara
em mim
Nem
sei se quer namorar.
Nunca a vi com alguém
Nem mesmo a passear na rua
Não sei se tem pai ou mãe
Para mim, uma aguarela nua.
Separa-nos a nossa rua
Ela é a minha cruz
Vejo-a deitar-se nua
De seguida apaga a luz.

E eu, deito-me e vejo o luar
A entrar pela minha janela
Adorava poder beijar
Aquela bonita aguarela.
Lá fora está vento e a chover
Ao longe é trovada que ouço
Não consigo adormecer
Talvez esteja a ficar louco.
Ouço uma voz a gritar
E corro à minha janela
A aguarela não podes beijar
Pois não passa de uma tela!
Acordo meio assustado
A lua está a desaparecer
Viro-me para o outro lado
E ouço a chuva a bater.
Ao acordar da minha janela
Ouço o burburinho da rua
Olho e não vejo a tela
De uma aguarela nua.


quarta-feira, 29 de maio de 2013

ABISMO !


 


Espero por ti
Sentado á beira rio
Pensar nos momentos que já vivi
Sem ti , sinto-me só e com frio.

Entrelaço os dedos
Esfrego-os para não ter frio
Na mente todos os medos
Sem ti, sinto-me só à beira do rio.

Gela-se-me  o corpo até ao osso
Sem ti minha alma tem frio
Rezo por ti sempre que posso
Mesmo que seja à beira rio

Mas não gela a minha esperança
Aqui sentado à beira rio
Quero ver o sorriso de criança
E a felicidade que já se viu

Em ti fico a pensar
Sentado á beira rio
Aqui por ti vou esperar
Se aqui não morrer de frio.