domingo, 16 de dezembro de 2012

UM GRITO AO PAI NATAL !


UM GRITO AO PAI NATAL!


Confesso que não sei como te chamar exactamente, se por Caro Pai Natal ou Amigo Pai Natal! Mas seja como for, quero lembrar-te que nestes últimos anos embora ainda não tenha compreendido porquê, mas sinto vontade de te escrever. Nunca acreditei na tua existência por várias razões as quais tu já sabes. O facto de te escrever é como alimentar o meu desejo de poder ver, ler ou saber que um dia tu me espantas, ao satisfazeres alguns dos meus pedidos nesta quadra natalícia!
Bem sabes, que o Natal de hoje, não é mais o Natal de ontem e talvez o de amanha seja certamente diferente e muito mais egoísta. Neste mundo da globalização, em crise, bem sei que não te posso pedir muito, gostava que fizesses com que todas as crianças do mundo pudessem sorrir e aos adultos mais desfavorecidos, gostava que nesta quadra te lembrasses desses seres humanos, porque para os nossos governantes somos todos números, mas esses mais do que os outros. Aos pobres quero que lhes faças pensar que amanha é outro dia, o qual ainda ninguem viu e quem sabe como será? Mas tenho dúvidas que seja melhor. O sonho comanda a vida e aos pobres tudo ou quase tudo lhes é proibido, menos o sonhar. Aos mais abastados se é que ainda os há, a estes, abana-lhes a consciência para verem que o mundo á sua volta está cruel e quem sabe se amanha também eles farão parte da lista dos aflitos? Depois temos os ricos, poucos, mas são eles quem mandam e comandam as marionetes da sociedade, os políticos. A estes últimos faz-me um grande favor, não lhe prestes grande atenção, ou melhor não te descuides, porque são capaz de te oferecer o céu, quando na realidade já te reservaram um lugar no inferno, melhor dizendo já te privatizaram e por isso já és propriedade integrante do Diabo, o qual disse antes, que te aumentava e te não despedia! Isto foi confirmado pelo ministro jardineiro e tem razão, o que vai acontecer é aumento de trabalho e a passagem á lista de excedentes, ou ser-se transferido para a maior empresa de Portugal, o fundo de desemprego. Tem cuidado pai natal, eles já venderam tudo de bom que existia neste pequeno quintal e o que não venderam ainda estão a fazer promoções nesta quadra de natal e penso até, que também já venderam a alma dos portugueses.
 

Não vou dizer que sou um santo, até porque se o fosse seria teu chefe e quem sabe se não te promovia a meu assessor, para dizermos ao povo, todos têm que fazer sacrifícios e nós também, apenas teríamos direito em período de crise a um ordenado de quatro mil e seiscentos euros para o chefe e para o assessor a módica quantia de três mil e seiscentos euros, como podes verificar em tempo de crise todos os políticos estão mexendo nos bolsos do povo e não é para lhes tirarem o que ainda têm como dizem os sindicatos, mas para aquecerem as mãos, afinal em tempos de crise não se compram luvas, dividem-se os dividendos ou reservam-se uns quantos lugares nos lares da mordomia de uma qualquer empresa que foi vendida em promoção! Tenho pena deles, durante a sua espinhosa tarefa de serem os coveiros do povo por esse tão nobre serviço, coitados apenas recebem uns míseros euros, acredita que não gostava de estar na pele deles, porque são todos pobres... pobres de espírito e com muita falta de portugalidade, por vezes penso que nos está a fazer falta uma outra Maria da Fonte!
Nunca te pedi nada para mim e também este ano não o vou fazer, mas gostava que te ocupasses dos mais desfavorecidos e olha por aqueles cujos hábitos de vida foram alterados e nunca pensaram que um dia, podiam vir a cair aonde tantas vezes passaram sem nunca terem um centimo ou uma palavra de afecto para com aqueles que há muito já lá estavam! Em vez disso, olhavam para o lado, afinal aquele mundo não era o seu!
Gostava que neste momento de crise falasses com o teu patrão se é que Ele existe e já agora fala também com o Filho e diz-lhes que eu pergunto, para que serviu Ele vir ao mundo salvar a humanidade se esta cada dia que passa está mais deteriorada, mais cínica, mas também mais cobarde. Por favor Pai Natal, não me dês nada, mas anuncia-me a boa nova, que alguém virá, não para pregar a santa palavra do Pai, mas sim um exercito revolucionário, para meter tudo isto na ordem de modo a que todo o mundo volte a sorrir, sejam eles pobres ou ricos, menos os políticos esses podes leva-los todos … mas todos e dá-lhes o destino que entenderes, desde que seja longe ...
 
Gostava que não me desiludisses, mas como sempre não vou criar muitas expectativas, para não sair ainda mais frustrado, bem sabes que nestes últimos anos, não tens feito o que devias e digo-te mais, fiquei muito magoado contigo, porque ouço dizer que a segurança social não tem meios suficientes para satisfazer os seus compromissos com todos, principalmente com aqueles que durante anos, acreditaram e depositaram, nos cofres desta instituição os seus descontos e agora, dizem que não há que chegue para cumprirem o que foi contratado, mesmo assim tu pai natal, pensando que todos os dias são dias de natal, apenas viste um pobre desgraçado a deslocar-se para o emprego de vespa, ofereceste-lhe um carro e não te ficaste por um economico, és um mãos largas quando queres, a vespa nunca mais se viu, já o pobre trabalhador que tem como profissão o de nada ter feito na vida, a não ser algumas horas extra na casa do povo, esse sim, vemo-lo e sentimo-lo todos os dias a alterar as regras da segurança social, para beneficio do povo! Levei uma vida a trabalhar, hoje vejo o quanto fui estúpido e tu pai natal podias-me ter avisado que enquanto se trabalha não se pensa no povo, dai eu olhar para traz e ver que todos os que tomaram conta da casa do povo, foram ou são poucos os que algum dia sujaram as mãos para darem no duro! Temos uns quantos iluminados que pensam que só eles têm a solução para o pais, o de o destruir cada dia que passa e um pouco mais do que ainda resta de todos nós!


Obrigado Pai Natal, pelo tempo que te fiz perder ou não, ao leres estas simples palavras.
Não sei se vais conseguir, mas gostava de um dia acreditar em ti!
Mas uma coisa te garanto, tenho pena de não acreditar, porque me pareces humilde e até simpático, quanto aos políticos confesso que cheguei acreditar em alguns e desses alguns, alguns já faleceram que Deus lhes dê paz ás suas almas, porque a dos portugueses estão entregues ao Diabo!
Após o vinte cinco de Abril, penso que ainda te lembras, embora alguns queiram fazer, com que nos esqueçamos desse maravilhoso dia, algum tempo depois ainda me lembro que se falava que isto estava a ser vendido aos americanos e eu pensei, que vinha por ai algum magnata, comprava uma parcela deste quintal à beira do atlântico e eu ia ser o motorista dessa família! Hoje confesso que tenho medo, com tanta obediência que estes nossos políticos têm para com a Alemanha, tenho medo de um dia acordar escravo de um qualquer alemão, que ainda não digeriu a derrota da segunda guerra. Desculpa Pai Natal, afinal nem sei qual é a tua nacionalidade?

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